fig. 40
O que se pensa que terá sido o primeiro aparelho comercial, foi concebido por Daguerre e fabricado por Alphonse Giroux a partir de 1839 (fig. 40).
Durante as 4 décadas seguintes surgiram imensos "aparelhos fotográficos", grandes e pequenos, dos mais simples aos mais complexos, como aparelhos de tomadas de vistas panorâmicas ou estereoscópicas. (ver imagens na página seguinte)
A primeira câmara de duas objectivas, com lentes interligadas de foco simultâneo foi fabricada a partir de 1880 por R. & J. Beck.
Em 1882, o inglês George Hare construiu um protótipo de uma câmara de fole que permitia passar do formato horizontal para o vertical. (fig. 41)
fig. 41
Seguem-se anos de aperfeiçoamento e inovações nas "câmaras fotográficas", que muito dependeram também da evolução dos "filmes" fotográficos e das lentes que constituíam as objectivas. Neste campo é de realçar o contributo das fábricas de vidro da região de Jena na Alemanha, que construiram objectivas mais rápidas e que reduziam as distorções, e ainda visores para as câmaras, que as firmas alemãs Carl Zeiss e Carl Goerz comercializaram a partir de 1890. (imagem c3, ao lado)
Também no fim da década de 80, começaram a surgir incluídos nas objectivas dispositivos constituídos por lamelas metálicas, chamados "obturadores de diafragma". Note-se que nos primeiros tempos da fotografia, a exposição realizava-se tirando manualmente a tampa da objectiva e contando o tempo tido como necessário para a mesma, tempo esse determinado a partir da experiência. Ainda hoje podemos ver câmaras a funcionar assim nos velhos fotógrafos ambulantes que andam pelas romarias e festas tradicionais do nosso país (fig. 42).
fig. 42 - Fotógrafo de rua - Maia - 2006 (fotos A.C.)
Em 1888, S. McKellen registou a patente da primeira máquina "reflex" em que o espelho se deslocava automaticamente durante a exposição, pois estava ligado a um obturador de cortina.
A primeira câmara de grande divulgação, a Kodak produzida por George Eastman nos EUA, a partir de 1888, continha um rolo de filme com 6,35 cm de largura com o qual se obtiam cem exposições em forma de círculo. Quando o filme acabava a câmara tinha de ser devolvida ao fabricante onde era aberta e se fazia a revelação do filme e a positivação. Seguidamente era recarregada, lacrada e devolvida ao cliente (fig. 33 no cap. 6.2, e fig. 43).
Inicialmente o filme usado era sensibilizado em papel, mas em 1889, Eastman introduziu o primeiro filme sensibilizado em película transparente.
fig. 43 - Publicidade da Kodak - 1889
Em 1895, Eastmen introduziu no mercado uma câmara mais pequena (media 10 cm de altura), chamada Pocket Kodak,
que foi a primeira câmara produzida em massa. Só no
primeiro ano venderam-se 100.000 unidades, o que era notável
para a época.
Em 1900 a Eastman Kodak lançou a Brownie, talvez a máquina fotográfica mais célebre na história, pois tornou a fotografia um meio de registo ao alcance de toda a gente. A Brownie proporcionava fotografias de qualidade (para a época), no formato 6x6 cm, sobre rolo de filme em cassete (fig. 44).
Em 1900 a Eastman Kodak lançou a Brownie, talvez a máquina fotográfica mais célebre na história, pois tornou a fotografia um meio de registo ao alcance de toda a gente. A Brownie proporcionava fotografias de qualidade (para a época), no formato 6x6 cm, sobre rolo de filme em cassete (fig. 44).
Desde o início do séc. XX a evolução das máquinas fez-se mais pelo refinamento e aperfeiçoamento do que por grandes invenções.
Destacaram-se nessa evolução a Linhof de 1910, câmara profissional de alta qualidade, e a Vest Pocket Autographic Kodak de 1915, (imagem C6, à direita), entre muitas outras câmaras portáteis de utilização amadora da Kodak. (à direita, imagens de várias Kodak)
Em 1924 surgiu a Ermanox, câmara lindíssima, com uma única chapa fotosensível e com uma objectiva de f2, muito luminosa para a época (fig. 45).
fig. 45 - Ermanox - 1924
O formato 35 mm (negativos de 24x36 mm) já era usado nas películas cinematográficas e foi aplicado na fotografia em 1921 na câmara Debrie Sept, contruída por A. Debrie em 1921, em França, (imagem C7, à direita) depois de tentativas anteriores realizadas em protótipos por vários fabricantes.
Em 1925 surge a Leica de 35mm, (fig. 46) com objectiva f 1.9, que foi a precursora das actuais máquinas de 35mm não reflex, ou seja de visor directo, câmara usada por muitos fotógrafos, dos quais o maior exemplo terá sido Henri Cartier-Bresson.
Em 1928 a Rolleiflex TLR (uma reflex com duas objectivas gémeas - TLR - "Twin-Lens Reflex"), é colocada no mercado e revela-se desde logo como uma excelente câmara de estúdio. (fig. 47 e C9)
fig. 46 - Leica - 1925
Até à 2ª Guerra Mundial a maioria das câmaras utilizou filme em rolo - desde as mais básicas do tipo "caixote" até às Rolleiflex. As câmaras de 35 mm não eram muito divulgadas, sobretudo por causa do reduzido tamanho das provas de contacto feitas a partir dos negativos de 24x36 mm e também da fraca qualidade das objectivas nas máquinas mais baratas.
Em 1948 Edwin H. Land introduziu uma das câmaras mais importantes para a fotografia de amador, a Polaroid, (fig. 49) que permitia a realização de fotografias instantâneas (estas eram sensibilizadas e reveladas dentro do próprio aparelho). Apesar das constantes evoluções as imagens instantâneas sempre foram de fraca definição/qualidade.
fig. 49 - Polaroid - Edwin Land - 1948
Os melhoramentos introduzidos nas ópticas das objectivas e a produção em massa de máquinas reflex SLR de grande precisão, a partir das décadas de 50 e 60, com a entrada dos japoneses no mercado mundial, iniciada pela Nikon em 1948, (fig. 50, à esq.), tornaram as 35 mm SLR o modelo mais versátil e popular em todo o mundo, sendo particularmente usadas por foto-jornalistas e amadores avisados.
As câmaras de médio e grande formato ficaram essencialmente destinadas à moda, publicidade, retrato e recolha de documentos. Nas câmaras de médio formato destaca-se a Hasselblad, de origem sueca, como uma das mais utilizadas para trabalhos de estúdio. (fig. 51)
fig. 51 - Publicidade da Hasselblad original de 1948
As inovações posteriores em termos de câmaras fotográficas tiveram essencialmente a ver com a evolução das objectivas, em particular as zoom de focal variável, com o avanço dos automatismos das câmaras e fotómetros incorporados e com a introdução do formato APS e do formato digital.
O APS ("Advanced Photo System") foi uma nova geração de filmes (24 mm), máquinas e acessórios, lançada em 1996 pelos principais fabricantes de material fotográfico generalista - Kodak, Nikon, Canon, Minolta, Fuji, Agfa, Olympus e Konica.
O Formato APS combina a química tradicional da fotografia a cores com a tecnologia digital, mas com a massificação da fotografia digital a a partir do início do séc. XXI, tem caído em desuso.
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